Enquanto você pensa sobre o que está lendo nesse capítulo, e começa a identificar manifestações específicas e detalhadas do patriarcado na sua vida cotidiana (como o fato de as crianças brincarem na rua, de a maioria dos edifícios serem retos ao invés de arredondados, e seus designs utilizarem minimamente ou nada de uma abundância de energia solar disponível), você pode se surpreender ao constatar que uma condição que você nunca notou antes ou que supôs ser naturalmente verdadeira e comum, só poderia existir em um patriarcado. Torna-se ainda mais surpreendente quando isso está acontecendo dentro de você!

Por exemplo, quando você interrompe sua intuição, estanca seus sentimentos e passa a responsabilidade da realização de rituais de morte, nascimento ou de transição, para padres e médicos, ao invés de sacerdotisas e parteiras, devido ao medo dos afrontes da cultura moderna. Você pode experimentar o quão profundamente o patriarcado te possui, ao lutar para mudar uma opinião, reação, suposição ou generalização específica, e descobrindo que ela vive na sua mente e nas suas emoções, e foi implementada forçadamente por um mecanismo patriarcal invisível.

A consciência cria liberdade dessa posse.

Uma prática que desperta a consciência, é declarar o que está acontecendo. Por exemplo, você poderia dizer para si mesma: “O que está acontecendo agora dentro de mim é uma manifestação do patriarcado. Não é meu autentico eu.”

Sem se deixar abalar pela visão patriarcal do mundo, você de repente ganha liberdade de movimento.

Você pode começar a tomar ações que sejam mais autenticamente suas, mesmo que não sejam sancionadas pelo patriarcado.

Para uma mulher, dominar o seu mundo das sombras será, em grande parte, o processo pelo qual você coloca seus arquétipos brilhantes a operar, e retira seu centro do seu pai.

Se seu pai estava presente ou ausente na sua infância, era gentil ou abusivo, atencioso ou distante, ele foi seu primeiro protetor. Por amor a ele ou por medo de perdê-lo, você empodera seu pai, através do melhor de si, que você pode dar a ele: seu centro.

Você não necessariamente quer dar seu centro a ele. E você talvez não dê seu centro a ele de propósito. Mas o resultado de crescer em um país ocidental, é que você entra na era da transição da adolescência para a maturidade, oferecendo seu centro a seu pai.

Você não apenas dá seu centro ao seu pai, mas também ao patriarcado. Se o patriarcado tem o seu centro, o patriarcado decide quem você será, e o patriarcado oferece poucos modelos arquetípicos para uma mulher aprender e se tornar.

O movimento de libertação das mulheres que começou nas décadas de 1960 e 70, continua forte. Os valentes esforços pessoais de milhares e milhares de mulheres corajosas, com força de vontade, e compartilhando suas vozes, construíram uma onda de energia na qual você pode entrar, e surfar. Em termos de apoio e orientação para o seu ritual de passagem para a vida adulta, você tem uma clara vantagem sobre os homens.

Mas não pense que o patriarcado abandonou sua tendência de dominar a mulher. Não espere que o patriarcado lhe entregue seu ritual de passagem em uma bandeja de prata.

Você precisará lutar por isso, e sua luta precisará ser inteligente.

Não lute para transformar o patriarcado. Lute para se transformar.

Sem retirar seu centro de seu pai, todo homem que você se aproxima e toda figura de autoridade masculina com quem trabalha, não é uma pessoa única. Todos eles usam o rosto do seu pai. Você procura seu pai em busca de proteção em outro homem e, quando esse homem não atinge suas expectativas, ele recebe sua ridicularização e vingança.

Sem retirar seu centro de seu pai, todo homem com quem você for transar, sera seu pai.

E é de se admirar que você não consiga expressar a sua sexualidade por completo?

• Antes de uma mulher ser dona do próprio mundo das sombras, ela joga o jogo de machucar os homens.

Muitas mulheres têm uma coleção de histórias que contam a si mesmas, e a outras pessoas, repetidas vezes. Estas são as histórias que contam como os homens as machucaram. Se você pode provar que

os homens te machucam, então você está perfeitamente justificada para machucar os homens primeiro.

Você pode contar as suas histórias para suas próprias filhas, para que elas continuem com a tradição de “pigmaking”. Ou você pode culpar seu companheiro com ódio, por ser tão mau quanto seu pai. Ou culpar seu companheiro com ódio por não ser tão bom quanto seu pai.

Ao viver em seu mundo de histórias contaminado, ao invés da sua realidade atual, você nunca consegue estar autenticamente com seu companheiro, como ele é. Você defende desesperadamente seu mundo de histórias contaminados até o momento em que recupera o centro de seu pai.

Aqui estão algumas perguntas perigosas para você se perguntar:

• Que histórias eu guardo para provar que os homens me machucaram?
• De que maneira magoei homens intencionalmente?

A rainha do seu mundo das sombras se sente muito feliz quando os homens sofrem.

As lições do amor arquetípico são fortes. Elas são claras:

• Você não está aqui para derrubar o patriarcado.
• Não há necessidade de derrubar o patriarcado.
• Você não precisa destruir nem mudar o patriarcado para atingir seus objetivos, atender às suas necessidades e ser quem você é.

O patriarcado propõe uma solução para as mulheres: se você deseja melhorar seu relacionamento com os homens, se deseja resolver o problema entre homens e mulheres, então vai à psicoterapia, tome drogas, divorcie-se, etc.

O Amor Arquetípico propõe uma abordagem diferente: lembre-se de quem você é - a Feiticeira Pirata Guerreira Deusa Rainha - e então comece seu próprio “gameworld”.

O novo “jogo” poderia ser assim: não há problema entre homens e mulheres. Existem homens e mulheres. Homens e mulheres jogam jogos diferentes. Os dois jogos, quando bem jogados, são perfeitamente complementares.

A evolução começa com você realizando novas ações com o que você tem agora. A ação básica do novo jogo é a responsabilidade radical. Isso significa tomar responsabilidade por tudo. Assumir responsabilidade radical dá a você liberdade de ficar criando desculpas. Liberdade de nunca mais culpar qualquer outra pessoa, por qualquer coisa. Ilumina aquilo que voce vem carregando o suficiente, para que você possa aprender a voar.

A descrição energética do trabalho que você deve fazer para crescer é necessariamente precisa: você deve remover a energia de seu pai do seu espaço ou, mais grosseiramente, deve retirar o pênis energético do seu pai da sua vagina.

Cabe a você retirar seu centro do seu pai. Se você insiste em permanecer a princesinha do papai, isso impede que você se torne a Deusa do seu próprio homem.